quinta-feira, julho 12, 2007

Encontrada prova de general citado na Bíblia

Com a exceção de reis antigos, é pouco freqüente encontrar provas da existência de personagens que aparecem na Bíblia [na verdade, há muitos achados que confirmam a existência de vários personagens bíblicos], mas um pesquisador encontrou, no Museu Britânico, vestígios do general babilônio Nebo-Sarsequim, citado no livro sagrado do cristianismo [e do judaísmo].

O especialista na civilização assíria Michael Jursa descobriu uma pequena tabuleta de argila na qual o general é citado, informou hoje o Museu Britânico. Segundo a Bíblia, ele tomou parte no ataque a Jerusalém.

A tabuleta data de 595 a.C. e trata de uma oferenda de ouro apresentada por Sarsequim no templo principal da Babilônia, provavelmente em honra aos deuses. O objeto, gravado com escrita cuneiforme, a mais antiga conhecida pelo homem, é anterior à destruição de Jerusalém pelo Império da Babilônia, em 587 a.C.

De acordo com o capítulo 39 do Livro de Jeremias, Sarsequim esteve ao lado de Nabucodonosor, o rei de Babilônia, no ataque a Jerusalém.

Jursa, catedrático associado da Universidade de Viena, tem estudado tabuletas no Museu Britânico desde 1991. "Ler tabuletas babilônicas é, às vezes, muito trabalhoso, mas também muito gratificante", disse o especialista, em comunicado divulgado pelo museu.

Atualmente, apenas alguns estudiosos no mundo todo são capazes de decifrar a escrita cuneiforme, utilizada no Oriente Médio entre 3.200 a.C. e o século II d.C.

O Museu Britânico conta com mais de 100 mil tabuletas com inscrições, que são revisadas pelos especialistas.

(Terra)

Leia também: Museum’s tablet lends new weight to Biblical truth

A precisão da profecia bíblica

Sem dúvida, uma das maiores razões que temos para crer é o fato de Deus ter Se revelado numa coleção de livros especiais chamados Bíblia. Mas será que ela é mesmo confiável? Será que um livro tão antigo tem algo a dizer para as pessoas que vivem no século 21? Um dos aspectos surpreendentes da Bíblia são suas profecias perfeitamente cumpridas. Vamos dar apenas um exemplo entre tantos: a destruição anunciada da cidade de Tiro.

Tiro era uma importante cidade situada em uma ilha que hoje está ligada ao continente por meio de um aterro. No tempo de Ezequiel (séc. VI a.C.), ela era o mais importante porto fenício. Jamais havia sido dominada por um rei estrangeiro. Nem Senaqueribe ou Assurbanipal, os maiores conquistadores da Assíria, conseguiram, de fato, anexá-la ao seu vasto império. Dizem os historiadores que a posição geográfica de Tiro era o que a tornava uma fortaleza praticamente inexpugnável. Não é por menos que o nome Tiro significa “rocha” ou “muralha petrificada”.

Contrariando, no entanto, essa história de invencibilidade, o profeta Ezequiel revelou que Tiro seria capturada por um rei babilônico chamado Nabucodonosor (leia o capítulo 26, que foi escrito no ano 590 a.C.). Pelos registros históricos, isso se cumpriu quase literalmente. Quando a Babilônia tornou-se o grande opressor do Oriente Médio e Próximo, Tiro ainda resistiu por algum tempo aos ataques do exército inimigo. Mas o cerco prolongado logo fez com que a cidade acabasse caindo nas mãos de Nabucodonosor, que passou a ser o seu novo governante, em 574 a.C.

Há, porém, um detalhe intrigante na profecia. Se você ler os versos 4 e 5 do mesmo capítulo, notará que ali está escrito que a cidade seria completamente destruída. Seus muros e torres cairiam e os pescadores estenderiam suas redes para secar em cima dos escombros que haveriam de sobrar. Num lado, parece que essa parte do oráculo teria falhado, pois, embora Nabucodonosor tenha invadido a cidade, ele ainda a manteve como um importante porto durante o seu governo. E assim Tiro permaneceu ainda poderosa por mais uns 250 anos.

Até que surge em cena o império macedônico e com ele Alexandre, o Grande, que veio terminar o que Nabudocodonor havia começado. Construindo um aterro que ia do continente à ilha, Alexandre e seus homens atingiram os portões da cidade. O povo, no entanto, desdenhou do pequeno exército, confiando novamente na firmeza de seus muros e na segurança dos portões. Porém, não demorou muito para que os muros fossem destruídos e a cidade fosse completamente arrasada. O resultado disso? Os macedônios literalmente fizeram o que está escrito no verso 12. Roubaram as riquezas e mercadorias e ainda derrubaram as muralhas e casas luxuosas. O que sobrou de pedras e entulhos, eles jogaram no mar, aumentando ainda mais o aterro construído.

Até hoje existe esse aterro feito por Alexandre e seus homens, unindo a velha ilha ao continente. O local tornou-se uma desolada península que abriga pequenas vilas de pescadores. Aliás, para os habitantes da região a pesca ainda é uma das grandes fontes de renda. Por isso, é comum encontrar nas encostas do aterro, pescadores que ali põem suas redes para secar ao sol – exatamente como havia sido profetizado há mais de 2.500 anos!

Assim, fora as partes encrostadas no aterro, pouco ou quase nada existe da antiga Tiro. Até mesmo os arqueólogos têm dificuldades de escavar as ruínas do que sobrou da cidade, pois seus alicerces encontram-se há milênios soterrados embaixo de outras construções do período grego, romano, bizantino e atual. De fato, Ezequiel sabia o que estava dizendo! Pena que Tiro não deu importância à solene advertência.

(Com informações do CD-ROM “História da Vida”, v. 3, de Rodrigo Silva)

terça-feira, julho 03, 2007

Laquis: a segunda mais importante

No ano 701 a.C., o exército assírio, o mais poderoso e terrível de sua época, invadiu a Palestina, dando início a um dos mais importantes acontecimentos da história bíblica (1 Crônicas 32:1-5, 30; 2 Reis 18:13-37; 2 Crônicas 32:6-19, 26; Miquéias 1:13-16; Isaías 36). Era um exército numeroso, forte, organizado e extremamente cruel. À sua frente ia o próprio rei Senaqueribe, que precisava saquear as riquezas de outras nações para sustentar a grandiosidade de seu império e o luxo de Nínive, sua capital. Por onde passavam, os assírios deixavam um rastro de destruição e milhares de cadáveres. Cidade após cidade, fortaleza após fortaleza foram sendo rendidas a seus pés, algumas destruídas, outras queimadas, todas dominadas. Por fim, Senaqueribe conquistou a segunda mais importante cidade da Palestina: Laquis.

Laquis era uma cidade tão importante que, ao voltar para Nínive, Senaqueribe mandou colocar na parede do salão principal de seu imenso palácio um grande painel em alto relevo comemorando essa conquista. Esse painel foi descoberto por arqueólogos, em meados do Século XIX, ao desenterrarem o fantástico palácio de Senaqueribe, que tinha nada menos que 80 grandes cômodos, ocupando uma área de 200 metros de largura por 210 metros de comprimento! Hoje, esse painel está exposto no Museu Britânico, em Londres.

Numa visão panorâmica, rica em detalhes, o painel retrata as cenas da batalha que conquistou Laquis. Uma rampa de terra, construída pelos assírios, facilita o acesso dos guerreiros aos muros que protegiam a cidade. O exército avança de modo ordenado: grupos de arqueiros, flanqueados pela infantaria, empurrando torres de madeira e carros com aríetes para derrubar os muros. Os suprimentos vêm logo atrás, carregados por camelos. Sobre os muros, os defensores de Laquis portam arcos e fundas para lançar pedras. Os muros da cidade, não resistindo ao ataque, se rompem lançando grandes pedras para todos os lados. Algumas cenas mostram seus habitantes sendo levados cativos, alguns torturados, seus bens saqueados, e o governador da cidade ajoelhado diante do rei assírio. Por fim, Senaqueribe ateou fogo à cidade. Escavações arqueológicas realizadas em Laquis revelaram uma camada de cinzas, dessa época, de cerca de 50 cm de espessura. Os arqueólogos encontraram uma vala comum com cerca de 1.500 esqueletos, principalmente de mulheres e crianças. Milhares de outras pessoas devem ter morrido nos combates.

A partir de Laquis, onde estabeleceu seu quartel general, o arrogante Senaqueribe enviou generais a Jerusalém com a mensagem: “Não sejam tolos! Rendam-se! Deus não poderá livrá-los das mãos do rei da Assíria!” (2 Reis 18:17-35). A resposta de Deus, por meio do profeta Isaías, veio pronta: “A quem afrontaste e blasfemaste? Contra o Santo de Israel! Portanto, assim diz o Senhor acerca do rei da Assíria: Não entrará nesta cidade!” (2 Reis 19:20-34).

E, de fato, não entrou! Uma terrível praga dizimou o exército assírio e obrigou Senaqueribe a voltar para sua terra. Nas paredes de seu palácio, ele pôde comemorar a conquista apenas da segunda cidade mais importante, não da primeira!

Jorge Fabbro é arqueólogo e presidente da Associação de Amparo à Criança e ao Adolescente (Educriança)

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