quarta-feira, dezembro 02, 2015

Mais duas descobertas respaldam histórias bíblicas

Outra evidência histórica
Arqueólogos israelenses descobriram uma marca do selo do rei bíblico Ezequias, que ajudou a transformar Jerusalém em uma metrópole na antiguidade. A inscrição circular em uma peça de argila de menos de um centímetro de comprimento pode muito bem ter sido feita pelo próprio rei, disse Eilat Mazar, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que dirigiu a escavação onde a peça foi encontrada. Ezequias reinou aproximadamente no ano 700 a.C. e foi descrito na Bíblia como um monarca ousado, “de modo que não houve ninguém semelhante a ele, entre todos os reis de Judá, nem antes nem depois dele” (2Rs 18:5), e que se dedicou a eliminar a idolatria em seu reino. “Essa é a primeira vez que a impressão de um selo de um rei israelita ou da Judeia veio à luz em uma escavação arqueológica científica”, afirmou Mazar.

A impressão na argila, conhecida como bula, foi descoberta junto ao pé da parte sul de um muro que cerca a Cidade Velha de Jerusalém, uma região rica em relíquias do período do primeiro dos dois templos judeus antigos. O artefato estava enterrado em uma área de descarte de dejetos que remonta aos tempos de Ezequias, e provavelmente foi atirado de um edifício real adjacente, segundo Mazar, contendo escritos em hebraico antigo e o símbolo de um sol com duas asas.

A bula foi catalogada inicialmente e armazenada, juntamente com 33 outras, após uma primeira inspeção que não conseguiu detectar sua verdadeira identidade. Só cinco anos mais tarde, quando um membro da equipe a examinou sob uma lupa e discerniu pontos entre algumas letras, é que seu significado ficou claro. Os pontos ajudam a separar as palavras “Pertencente a Ezequias (filho de) Acaz, rei de Judá”.

Mazar afirmou que a parte de trás da impressão na argila tem sinais de barbantes finos usados para amarrar papiros. “Sempre surge a pergunta ‘quais são os fatos reais por trás das histórias bíblicas?’”, disse. “Aqui temos a chance de chegar tão perto quanto possível da própria pessoa, do próprio rei.”


Itai Halpern
Foi destaque na semana passada [outra] descoberta arqueológica na cidade de Beit Shemesh (ou Bete-Semes, em português). Citada pela primeira vez no livro de Josué, o lugar ficou mais conhecido por ser parte do Vale de Soreque, onde viveu Sansão. Um menino de oito anos, chamado Itai Halpern [foto], fazia uma caminhada com sua família no sítio arqueológico (Tel) quando encontrou a cabeça de uma estatueta de Astarote (ou Aserá), divindade pagã dos cananeus.

Nesse mesmo Tel, em 2012, foi descoberto o chamado “selo de Sansão”. Com menos de uma polegada de diâmetro, retrata um homem com cabelo comprido lutando contra uma figura felina. Especialistas acreditam que é uma representação da história bíblica de Juízes 14.

A confirmação de que o achado do jovem Itai realmente é a cabeça da deusa foi feita pela Autoridade de Antiguidades de Israel. Embora não seja a primeira do tipo, mostra que essas pequenas figuras de mulher eram muito comuns nas casas dos moradores do reino de Judá durante a época do Primeiro Templo. Curiosamente, essa não é a primeira descoberta arqueológica importante feita por uma criança neste ano. Dois meses atrás, o russo Matvei Tcepliaev, de 10 anos, achou um raro sinete de três mil anos de idade, em Jerusalém.

O culto a Aserá, conhecida por ser filha de Baal, foi condenado pelos profetas bíblicos repetidas vezes. Ela é chamada de “deusa dos Sidônios” (1Rs 11:5) e geralmente era representada com seios grandes ou múltiplos, o que a associava à ideia de fertilidade.

No livro de 1 Samuel, Bete-Semes é mencionada como a cidade para onde os filisteus levaram a “arca da aliança”, capturada por eles após uma batalha. O achado arqueológico do menino apenas confirma outras descobertas sobre a vida no território do antigo reino de Judá na época imediatamente anterior ao período do Primeiro Templo, chamada de “Idade do Ferro” pelos estudiosos.

Alon De Groot, um especialista, afirmou ao Jerusalém Post que “figuras como essa, com forma de mulheres nuas que representam a fertilidade, eram comuns nas casas dos moradores da Judeia no século 8 a.C. Possivelmente, até a destruição do reino pelos babilônios nos dias de Zedequias (em 586 a.C.)”.

Segundo a história, o rei assírio Senaqueribe invadiu e saqueou Bete-Semes no ano 701 a.C., e sua destruição foi concluída em 86 a.C. pelo rei babilônico Nabucodonosor.

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