domingo, agosto 23, 2009

Judeus “babilonizados”

Em janeiro de 2008, a arqueóloga Eilat Mazar, da Hebrew University, em Jerusalém, anunciou a descoberta de mais um objeto envolvendo personagens bíblicos. Trata-se de um anel ou sinete utilizado pela família Temech ou Tama. Se você conhece um pouco da história bíblica deve se lembrar de alguns personagens que receberam um sinete em momentos importantes, como José, no Egito, e o filho pródigo, quando encontrou o pai. Diversos sinetes de personagens bíblicos foram encontrados nas últimas três décadas. A família Tama é mencionada no livro de Neemias, capítulo 7, verso 55. Mas quem eram eles? Qual a importância deles para a história bíblica? O texto abaixo procura responder essas perguntas.

De acordo com o mesmo livro de Neemias, no capítulo 7, verso 6, eles faziam parte do grupo de judeus que estava voltando da cidade de Babilônia, onde eles haviam ficado por 70 anos. Lá, o antigo povo de Deus teve contato com uma cultura totalmente diferente daquela que lemos nas Escrituras. Ao invés de adorarem ao Criador, Babel estava impregnada de adoração a criaturas.

No sinete dessa família, que estava deixando Babilônia e retornando para Jerusalém, duas pessoas estão diante de um altar com as mãos erguidas, um costume comum para expressar reverência, no Antigo Oriente Médio. Acima deles pode se ver o que está sendo adorado: o deus babilônico Sin, o deus lua, filho dos deuses Enlil e Ninlil, de acordo com a mitologia mesopotâmica. Há algumas evidências que sugerem um reavivamento do culto ao deus Sin, em Babilônia, no período em que os judeus estiveram lá.

Há uma poderosa lição para cada um de nós nesse achado arqueológico. Este mundo, que se parece muito com uma Babilônia moderna, oferece constantemente uma vida de pecado e desobediência a Deus e à Sua Palavra. Somos “judeus” saindo deste antro de perdição e indo para a Nova Jerusalém, o local que Deus preparou para Seus filhos. E, assim como os membros da família Tama, queremos ir para Jerusalém com hábitos contrários ao caráter de Deus! Soa irônico.

Creio que o conselho do autor de Hebreus seja válido nesta hora: “Desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta” (Hebreus 12:1). Que você e eu não sejamos membros da família Tama, no dia do encontro com Cristo.

Luiz Gustavo Assis é formado em Teologia e atua como Capelão no Colégio Adventista de Esteio, RS.

sexta-feira, agosto 21, 2009

O ossuário do irmão de Jesus e o silêncio da mídia

Quando descobrem um fóssil duvidoso tido por algum especialista como "elo perdido" ou coisa que o valha, a mídia geralmente faz aquele estardalhaço. Por que, então, silenciaram sobre a primeira descoberta arqueológica referente a Jesus e Sua família? O ossuário (urna funerária, foto abaixo) de Tiago data do século 1 e traz a inscrição em aramaico "Tiago, filho de José, irmão de Jesus" (Ya'akov bar Yosef achui d'Yeshua). Oculto por séculos, o ossuário foi comprado muitos anos atrás por um colecionador judeu que não suspeitou da importância do artefato. Só quando o renomado estudioso francês André Lemaire viu na urna, em abril de 2002, a inscrição na língua falada por Jesus, foi que se descobriu sua importância. O ossuário foi submetido a testes pelo Geological Survey of State of Israel e declarado autêntico. Segundo o jornal The New York Times, "essa descoberta pode muito bem ser o mais antigo artefato relacionado à existência de Jesus".

Estou lendo o ótimo livro O Irmão de Jesus (Editora Hagnos, 247 p.), que trata justamente da descoberta do ossuário de Tiago. A autoria é de Hershel Shanks, fundador e editor-chefe da Biblical Archaeology Review, e de Ben Witherington III, especialista no Jesus histórico e autor de vários livros sobre Jesus e o Novo Testamento. O prefácio é do próprio Lemaire, especialista em epigrafia semítica e autoridade incontestável no assunto. Hershel conduz a história de maneira muito interessante, revelando os bastidores da descoberta e as reações a ela, afinal, o ossuário, além de autenticar materialmente o Jesus histórico, afirma que Ele tinha um irmão chamado Tiago, filho de José e, possivelmente, também de Maria. Segundo a revista Time, trata-se de "uma história de investigação científica com alta relevância para o cristianismo", talvez por isso mesmo deixada de lado por setores da mídia secular e antirreligiosa.

O livro é bom, o achado é tão tremendo quanto o dos Manuscritos do Mar Morto (na década de 1940), e eu estou fazendo minha parte, divulgando-o aqui. Vale a pena ler!

Michelson Borges

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