Mais uma confirmação |
Um
garoto de apenas dez anos encontrou um objeto que pode ser uma das descobertas
arqueológicas mais importantes do ano em Jerusalém. Trata-se de um selo que
data da época do Templo de Salomão. Provavelmente, o artefato de 3 mil anos de
idade tenha pertencido a uma personalidade importante, sendo usado para assinar
documentos e cartas. De acordo com o Dr. Gabriel Barkay, um dos responsáveis
pelas escavações que vêm sendo realizadas no local da descoberta, vários
sinetes parecidos já foram encontrados em Israel. Contudo, este é o primeiro
descoberto em Jerusalém. Todos esses sinetes datam dos séculos 11 e 10 a.C., da
época dos jebuseus e da conquista da cidade pelo rei Davi. Nessa mesma época
ocorreu a construção do Templo, sob o reinado do seu filho, Salomão. O objeto
foi descoberto em um aterro perto da Cidade Velha de Jerusalém. No fim da
década de 1990, o local recebeu mais de 400 caminhões de terra retirados do
Monte do Templo. Na época, a Waqf, autoridade jordaniana que controla a chamada
Esplanada das Mesquitas, autorizou uma escavação para uma entrada subterrânea
para o local que é considerado sagrado pelos muçulmanos.
Em
2004, a Universidade Bar-llan criou, com o apoio financeiro da Fundação Cidade
de Davi, o programa Sifting Project (Projeto Peneira) com o objetivo de
realizar escavações arqueológicas no local. O projeto permite que voluntários
também participem da escavação, o que explica o fato de um turista ter
encontrado o selo raro.
Segundo
Zachi Dvira, idealizador da iniciativa, mais de 170 mil pessoas já participaram
das escavações. De acordo com ele, cerca de 50 por cento da terra retirada do
Monte do Templo já foi analisada, resultando em centenas de cacos de cerâmica
do século 10 a.C. e uma ponta de flecha de bronze, do mesmo período.
Palco
de constantes disputas entre judeus e árabes, o Monte do Templo, área sob
domínio do governo da Jordânia, ainda é um sítio arqueológico pouco explorado,
conforme lembra o Dr. Gabriel Barkay. “O Monte do Templo é o mais delicado e
mais importante sítio arqueológico no país e jamais foi escavado por causa da
política. É uma incógnita, um pedaço de terra desconhecida”, conclui.